sexta-feira, 4 de julho de 2014

Eso es, colômbia, eso es

Uma Modernidade Aprimorada




5º Colômbia

Sempre me pareceu extremamente simpática a forma como os colombianos animam seus times de futebol. O estribilho “ Eso es, Colombia, eso es..!” marca um estilo na maneira de demonstrar diferenças e assinalar elegância, talvez contundência no jogo, onde nos últimos anos, a Colômbia evoluiu muito e se destacou nitidamente no contexto sul-americano.

Algo semelhante parece acontecer com a arquitetura colombiana, que tem sido, provavelmente ao lodo do Chile, um dos países da América Latina que tem mostrado melhor qualidade arquitetônica nos últimos anos, com uma média muito boa e alguns picos muito altos.

A bem sucedida geração, dirigida sem dúvidas pelo memorável Rogelio Salmona e da qual participaram notáveis projetistas como Laureano Forero ou Carlos Morales, forjou uma identidade arquitetônica sólida, baseada no uso do tijolo e na busca de uma “modernidade apropriada” para o país. Não menos importante é a presença de seus críticos, como Silvia Arango, Carlos Niño e Alberto Saldarriaga, entre outros, na construção de uma consciência teórica que desde a Academia, dá sentido à produção arquitetônica. Porém ajudou também, e isto é muito importante para o bom desenvolvimento da arquitetura, a presença de sólidas instituições. As cidades colombianas, como Bogotá ou Medelín, são exemplos de cidades e espelho para outras metrópoles latino-americanas.         
Seus prefeitos iniciaram uma importante construção da cidadania e buscaram propostas inteligentes no desenvolvimento de infra-estrutura, equipamentos e espaços públicos; onde não apenas o urbanismo, mas também a própria arquitetura desempenhou um papel preponderante, trazendo soluções não somente funcionais, mas de grande qualidade.


Centro Cultural de Moravia, obra de Rogelio Salmona






































Murió rogelio salmona





























Por outro lado, a Colômbia deve ser dos poucos países da América do Sul onde as obras públicas, a pequena, a média e a grande, passam por concursos; e provavelmente aí esta a diferença. Não há nada mais democrático que a via do concurso para dar oportunidades para todos e buscar qualidade nas propostas através do estímulo da competência. Para que isso ocorra, a Colômbia também possui uma associação de arquitetos muitos organizada: a Sociedad Colombiana de Arquitectos.

A SAC é também um exemplo de como uma instituição privada pode intermediar o Estado e seus afiliados para conseguir dinamizar a atividade dos arquitetos. Apesar de a inscrição não ser obrigatória, como acontece em outros países, os arquitetos pertencem a esta associação porque consideram que ela os representa e busca o desenvolvimento da profissão, cuidando de seus interesses.

É por isso que não é de se estranhar que agora, com uma geração renovada, a Colômbia está novamente entre os destaques da arquitetura ibero-americana, como atesta o recente Primeiro Prêmio de Obras da VI Bienal Ibero-Americana de Arquitetura entregue em Portugal ao arquiteto barranquilheiro, Giancarlo Mazzanti, pelo projeto da Biblioteca de Santo Domingo Savio – Parque Espanha, em Medellín.

Membro de uma geração que já começa a receber prestígio internacional e que integram, entre outros, Daniel Bonilla, e os paisagistas Javier Vera e Felipe Uribe de Medellín, Mazzanti é um destes arquitetos que mudaram a cara da arquitetura colombiana, abandonando o tijolo em prol de novas buscas.




Giancarlo Mazzanti


Interior da Catedral da cidade de Pereira, Colômbia
Mulher caminha com seus filhos em favela de ciudad bolívar ao sul de bogota, adversidades também é o forte da Colômbia.
Santuário das Lajas (Ipiales, Colômbia). Igreja erguida em 1949 foi erguida em local onde fiéis acreditam ter aparecido a Virgem Maria







Nenhum comentário:

Postar um comentário

E você o que achou?

Se preferir pode mandar seu comentário por email:
fabioquintela.arq@gmail.com